31/05/2013

Conselhinho 5: a acentuacióm (parte 1)

Pra explicá-las regras de acentuacióm da normativa da ALIG, intentaremos nom usar términos linguísticos. Faremos ũa explicacióm simplinha com base em comparaciõs entre a normativa da RAG e a da ALIG.


RAG                 ALIG

día                     dia
fío                      fio
lúa                     lua
policía               policia
filoloxía             filologia
dicía                  dicia
falaría                falaria

(acento optativo)
farmacia            farmácia
mutuo                mútuo
preferencia        preferéncia
ausencia            auséncia
tolemia               tolémia
exercicio            exercício
cambio               cámbio

Como podemos ver, na normativa da ALIG nom se acentuam os hiatos como dia, fio, lua... Pero acentuamos palavras como farmácia, mútuo, preferéncia, auséncia.... Pero este acento é optativo, será explicado noutro conselhinho máis adiante.
Conselhinho 4: http://alianza-polo-galego.blogspot.com.es/2013/05/conselhinho-4-o-til-parte-2.html

22/05/2013

Espácio musical: Owata

No espácio musical vamos mostrar vídeos galegos, portugueses, brasileiros, etc., pra dar a conocer canciõs galegas, pero tamém, canciõs do mundo lusófono xa que formamos parte da mesma família pero, parece que Galícia tem moito máis contacto co mundo hispánico ca co mundo lusófono, é dicir, estamos com pouco contacto cos nosos irmãs na actualidá. Amosaremos moitos tipos de canciõs diferentes.


Neste espácio musical, hoxe posteamos um fandub em galego da cancióm Owata.
Obs.: No final deste post estám algũas explicaciõs sobre a letra pra os falantes de portugués.

Título: Owata - Super Marcha Turca
Idioma: galego
Ano: 2013
Referéncia: Vocaloid
Máis info.: fandub (fandoblage - realizado por fãs e para fãs, sem ánimo de lucro)




LETRA:

Hoxe eu espertei tarde de máis
Cambiei-me bulindo e saim a liscar
Coitado
Coitado
Coitado, pobre coitado

Na estacióm de trem logo percibim
Que o bilhete do trem e a carteira esquecim
E que pasou lo?
Que pasou lo?
Que pasou lo?
Di-me, e que pasou lo?

Corrim pra a casinha pra buscar
Correu pra a casinha pra buscar
Com certeza iría-me atrasar
Com certeza iria-se atrasar
E logo colhim o móbil pra chamar
Chamá-lo meu amigo porque o tinha que avisar
Pero nim dei um toque,
E ao móbil deu-lhe por morrer

Mala sorte!
Era súper importante aquel encontro
Apuraras!
Nom sabía como me iría explicar
Mala sorte!
As portas pecharom-se-me nos focinhos
Apuraras!
O seguinte trem eu tenho que esperar

De qualquera xeito, eu tería que avisá-lo
pra nom corré-lo perigo que se puidera enfadar.

Procurei bastante, e um teléfono atopei
pero na quarteira nom tinha solto pra o poder chamar.

Eu busquei de novo
E encontrei ũa tendinha alí pretinho
Onde pedim cámbio pra telefonear
Pra o teléfono che bulim
E foi quando me decatei
Que nom sabía de cabeza
O seu número pra o chamar

Cacholám!
Era súper importante aquel encontro
Apuraras!
Nom sabía como me iría explicar
Mala sorte!
Deu a hora que eu acordara com el
Cabezám!
Era tarde pero eu tinha que ir

Ao final cheguei, que situacióm!
Havia moita gente acumulada aló
Probinho
Probinho
Probinho
Probe probinho

Eu ata intentei procurá-lo alí,
Mais com tanta gente
Nunca o ia conseguir
E que pasou lo?
Que pasou lo?
Que pasou lo?
Di-me, e que pasou lo?

Merquei nũa tendinha d'alá
Mercou nũa tendinha d'alá
Um cargador para me salvar
Um cargador para se salvar
Quando o acendim, o móbil recibiu
Ũa mensaginha xusto dese amigo meu:
"Pariu-me a vaquinha,
Quedo com ela. Perdóm!"

Mala sorte!
Eu co que me matei para poder vir
Que peninha!
Arde tanta raviinha dentro de mim
Mala sorte!
Eu co que me matei para poder vir
Que peninha!
Nom podo crer que isto me pase a mim

E así eu aprendim ũa lecióm:
O teu móbil sempre has cargar!

OWATA!!



Explicaciõs pra falantes de portugués:

- Cambiei-me bulindo e saim a liscar 
Troquei de roupa muito rápido e saí na maior pressa
- E que pasou lo? 
E o que aconteceu depois? (obs.: lo = logo)
- E logo colhim o móbil pra chamar 
E logo peguei o celular pra ligar
- Apuraras! 
Então, que se apressasse!
- Pra nom corré-lo perigo que se puidera enfadar
Pra não correr o perigo que se pudesse aborrecer
- Procurei bastante, e um teléfono atopei
Procurei bastante, e um telefone encontrei
- Pero na quarteira nom tinha solto pra o poder chamar
Mas na carteira não tinha trocado pra poder ligar
- Pra o teléfono che bulim
Fui correndo pra o telefone
- Cacholám!
Teimoso / insistente / cabeça dura / cabeça oca
- Cabezám!
Teimoso / insistente / cabeça dura
- Merquei nũa tendinha d'alá
Comprei numa lojinha de lá

17/05/2013

Mostra do poemario Sentimentos polo Dia das Letras Galegas

Decidimos mostrar o poema VIII do poemario Sentimentos (ainda nom publicado) polo Dia das Letras Galegas. É um poema dedicado à lingua galega.
VIII.
Adiante, minha rulinha!
Bota a voar! Bota a voar!
e tendo moita continha
ata o máis alto chegar!
Que ocorre, minha rulinha?
É que tes ti medo d'algo?
Pequena, fremosa e linda
tremendo, e nom voando.
As pombas nom che fam mal
pero así nada farás
é certo, ti es pequerrecha
p'ro así nom se pode estar.
Caminha, mira rulinha!
Porque ti nim iso fas
só queres ir para atrás
e para diante nom vas.
Que pasa, minha rulinha?
Que as pombas nom che fam mal.
Serás-me máis pequeninha
p'ro sei que podes voar.
Autora: Andrea Garrido Garrido

Conselhinho 4: o til (parte 2)

Para aprender a escrivir ca normativa da Alianza Lingüística polo Idioma Galego (ALIG) agora miraremos como se fai o plural das palavras rematadas em -M.

Conselhinho 4: o til (parte 2)
Toda-las palavras rematadas em -M no singular fam o plural da seguinte forma, sustituímos o -M por um til que vai sobre a vogal anterior e engadimos -S.
Exemplos:
alemám > alemãs
cam > cãs
razóm > razõs
leóm > leõs




Como podemos comprovar na image, o til é, na sua esencia, um N 
que se coloca enriba dũa letra. 

Pode-se ler de dous xeitos diferentes segundo a zona do falante. O til indica um -N final pra aqueles falantes que dim alemáns, cans, razóns e leóns, pero o til nom se le pra os falantes das zonas onde se di alemás, cas, razós e leós. Recupera-se o til nos pluraes para unificar na escrita estas duas evoluciõs mencionadas.



O til pode-se ler ou nom dependendo da zona do falante, deste xeito, "corazõs"
pronúncia-se "corazóns" ou "corazós".

Nas zonas máis orientaes do galego, o plural das rematadas em -M fai-se do mesmo xeito, pero em vez de engadir -S, engade-se -ES.
Exemplos:
alemám > alemães
cam > cães
razóm > razões
leóm > leões

Lembremos que nos ditongos nunca se le o til, por tanto, em palavras como irmão ou razões o til é mudo e lem-se irmau ou irmao e razois ou razoes. O til aparece por razõs etimológicas e para manter certa unificacióm e semelhanza na escrita ca forma das outras zonas.


Nota: A normativa da RAG só acepta ũa única evolucióm para a variante culta, que é a da zona máis ocidental de Galícia, é dicir, a rematada em -NS.
Para a ALIG toda-las evoluciõs tenhem o mesmo valor pero recomenda-se o uso da forma própia da zona de seu.


Conselhinho 5: http://alianza-polo-galego.blogspot.com.es/2013/05/conselhinho-5-acentuaciom-parte-1.html
Conselhinho 3: http://alianza-polo-galego.blogspot.com.es/2013/05/conselhinho-3-o-til-parte-1.html

15/05/2013

Conselhinho 3: o til (parte 1)

O til é um dos trazos máis caraterísticos da normativa da ALIG por ser conservador e unificador. Recuperamo-lo da literatura galega para ũa melhor unificacióm e concordáncia co galego como ides ver a continuacióm.

Conselhinho 3: o til (parte 1)
Pom-se til na vogal final das palavras de orige latina rematadas em -ana, que no galego dam duas evoluciõs diferentes, com ou sem nasalizacióm final (que se representa cum N final na normativa da RAG). 
Exemplos: 
RAG                  >   ALIG
mañá, mañán     > manhã
la, lan                  > lã
mazá, mazán     > mazã
campá, campán > campã

A palavra com til pode-se pronunciar com N ou sem N final dependendo do falante, así, as duas formas galegas quedam unificadas na escrita.

Para entender melhor a razóm da recuperacióm do til, é importante
ter em mente que só é um N enriba dũa letra. O til, na norma da ALIG,
presenta diferentes xeitos de o ler como, por exemplo, ca preséncia
da nasalidade, é dicir, co "N" (mañán), ou ca sua auséncia (mañá).

Pom-se tamém o til nas palavras rematadas em -ao, que é o equivalente da terminacióm -ám dos falantes da zona ocidental.
Exemplos:
RAG           >    ALIG
irmán, irmao   > irmám, irmão
man, mao       > mam, mão
verán, verao   > verám, verão

As palavras que se escrivem ca terminacióm -ão lem-se como -ao ou -au, o til nom se le, só aparece por qüestiõs etimológicas. O til nunca se le num ditongo.


Nota: A RAG só acepta pra usos cultos as formas mazá, mañá e la, é dicir, sem N final e deixa formas como mazán, mañán e lan como formas toleradas pra usos máis informaes. O mesmo pasa cas palavras irmao, mao e verao, que som simplemente formas toleradas, pero o estándar determina que  irmán, man e verán som as formas cultas. A diferéncia da RAG, a ALIG acepta as duas como formas cultas e recomenda-se que o falante use a forma da zona de seu.


Conselhinho 4: http://alianza-polo-galego.blogspot.com.es/2013/05/conselhinho-4-o-til-parte-2.html
Conselhinho 2: http://alianza-polo-galego.blogspot.com.es/2013/05/conselhinho-2-grafia-g-e-x.html

12/05/2013

Conselhinho 2: as grafias G e X


O G pasou por duas evoluciõs diferentes no galego. Como resultado diso temos no galego atual as leturas:
ga - /ha/, /ga/
ge - /ʃe/
gi - /ʃi/
go - /ho/, /go/
gu - /hu/, /gu/

Base a iso, seguimos cas explicaciõs pequeninhas sobre como escrivir coa normativa da Alianza Lingüística polo Idioma Galego (ALIG).


Conselhinho 2: a grafia (G e X)
RAG   -   ALIG  -  Exemplos
X             G, X       xente > gente | filoloxía > filologia | xeografía > geografia | 
                              lóxica > lógica
                              xeito > xeito | axexar > axexar | axóuxere > axóuxere
G            G            gato, goma, galego, galo, labrego


Conservamo-la diferencia entre G e X antes de E e I só ao escrivir, pero a pronuncia nom cambia em absoluto. Nas palavras galegas derivadas de palavras latinas (ou doutras origes) que tinham a letra G, escrivimos sempre G sem importá-la vogal que venha despois, para así, respetá-la orige.
cattu > gato                       geografia > geografia
gente > gente                    origine > orige
filologia > filologia              imagine > image
gumma > goma               
              
Nota: O uso do G é o mesmo que o das outras línguas románicas pero, presenta ũa diferencia co espanhol, a terminacióm -age, que no espanhol nom é com G.

O G antes de A, O e U deve-se pronunciar como /h/, é dicir, de xeito aspirado e nom coma o G do castelám ou do portugués, a nom ser que o falante pertenza à parte máis oriental de Galicia, onde a pronuncia do G se conserva como /g/.




Finalmente, escrive-se X em todo-los outros casos, é dicir, quando a palavra de orige nom tinha G.
sea > seia > seja > sexa
deseo > deseio > desejo > desexo
quis > quise > quixem
fiz > fize > fixem

08/05/2013

Conselhinho 1: as grafias LH, NH e -M


Vamos ir dando algũs conselhinhos de vez em quando pra que sexa máis fácil escrivir ca normativa da ALIG. Servirá ademais pra mirá-las diferéncias existentes entre a normativa da RAG-ILG (2003) e a nosa.

conselhinho 1: as grafias LH, NH e -M
RAG   -   ALIG  -  Exemplos
LL            LH         coello > coelho | vello > velho | abella > abelha
Ñ             NH         cariño > carinho | uña > unha | poñer > ponher
 -N           -M          falan > falam | algún > algum | non > nom

Unicamente é um cámbio na grafia, é dicir, no xeito de escrivir. A pronúncia é a mesma, nom cámbia nada em absoluto.






06/05/2013

Existe um galego normal e um galego artificial? (Parte II)

                  Moita gente loita pra que nom se deixe de falá-lo galego, é dicir, loitam contra a sua morte. Pero nom hai que esquecer que a perda do vocabulario e das estruturas propias tamém som a morte do galego. Nom serve de moito que o galego se siga falando se todo o que se diga no galego tenha ũa base castelãa, acento, fonética, estrutura, expresiõs... xa que é ũa clara evidencia de absorcióm lingüística.

                As provas da existencia da absorciom e substituciom lingüística som ese tipo de pensamentos no que clasificamos na nosa cabecinha qual é um galego normal, qual é um estranho, qual é um de velhos, ou incluso, a existencia de prexuícios como o de que se falas o galego, es nacionalista ou ũa persoa bruta, pensamento que na actualidade está máis vivo do que parece, principalmente, nas grandes cidades. Nas zonas urbanas estes fenómenos de substitucióm ocorrem de forma moito máis rápida que no resto do territorio e os datos do uso do galego nas grandes cidades como Vigo, A Corunha ou Ferrol som moi baixos, e cada ano, tamém o som nas novas geraciõs.

                Segundo os datos do uso e conocemento do galego, no 2003, os rapaces que posuem entre 5 e 14 anos entendíam "moito" (que é o máximo de entendemento neste estudio) era um 75,44%, mentres que esta cifra baixou a 59,32% no 2008. Os nenos desta idade que usavam sempre o galego pra falar no 2003 era um 27,10%, mentres que no 2008 baixou a um 15,26%. Só as persoas maiores de 50 anos pasam do 50% no uso de "só o galego" (baixou no 2008 sendo agora os de máis de 65 anos). O uso habitual de "sempre no galego" nos municipios de menos de 10.000 habitantes baixou dum 71,70% no 2003 a um 54,54% no 2008. E os ámbitos geográficos que menos usam o galego de forma habitual som a Área de Vigo (só gal.: 9,94% - máis em gal.: 23,32%) e a da Corunha (só gal.: 13,5% - máis em gal.: 22,37%). Ainda así, o galego ainda é hoxe a língua regional máis usada habitualmente em toda a Península Ibérica, pero nom podemos ignorar o comezo da substitucióm lingüística.

                Na atualidade, o castelám tem ũa influencia moi forte sobre Galicia, e isto evidencia-se cos datos. Galicia nom caminha em direciom ao bilingüismo, como nos querem facer pensar e xa moitos sabemos, bem é certo que cada vez hai máis "bilingües", pero isto nom quere dicir que sexa algo bo. É bo a nivel individual, da persoa, e enriquecedor. Pero a nivel colectivo, que um territorio (como é o noso caso) sexa bilingüe xa nom é tam positivo. Para comprendé-lo melhor... botemos um vistazo às fases do nacemento do galego (A Romanizaciom - Fases na adopciom do Latim) :

- COLINGÜISMO: Acepta-se o latim como língua dos conquistadores e da nova estrutura política e administrativa imposta por eles. A cultura indígena e romana mantenhem-se por igual. Corresponde-se ao século I a.C.
- BILINGÜISMO DIGLÓSICO: A integraciom do latim (e tamém outros aspectos da cultura dos conquistadores: instituciõs, cultos religiosos...) é crecente e vai-se agudizando geraciom tras geraciom. Na Gallaecia deu-se nos séculos I e II d.C.
- SUBSTITUCIOM LINGÜÍSTICA: Supom a culminaciom do proceso substitutorio, máis rápido nos núcleos urbanos e máis lento nas zonas ruraes. Segundo os expertos, o proceso de adopciom do latim na Gallaecia estava xa culminado no tempo na invasiom dos suevos, nos inicios do século IV d.C.

                Penso que é fácil ver ũa concordancia e paralelismo ca nosa situaciom actual... unicamente hai que cambiar "latim" por "castelám". Baixo o noso punto de vista, o colingüismo co castelám deu-se durante os séculos escuros. A nivel geral, Galicia atopa-se num estado de bilingüismo (diglósico, nom hai doutro tipo na imposiciom dum idioma), a exceciom das grandes cidades xa que s'atopam na etapa de substituciom lingüística. E por iso temos ũa nociom do que é galego natural, galego estranho (freqüentemente relacioniado cos nacionalistas ou tamém cos neofalantes), galego de velhos, etc. Vivimos nũa realidade que é importante cambiar, xa que é moi preocupante que haxa palavras, formas ou estruturas que nos deveriam soar normaes (como, por exemplo, coitelo, cadeira, vasoira, fazulas...) pero que em cambio formam parte do galego estranho, artificial ou de velhos.

Parte 1: http://alianza-polo-galego.blogspot.com.es/2013/05/existe-um-galego-normal-e-um-galego.html

04/05/2013

Página social no galego da ALIG: o Vituin

Onte rematamos a traducióm do Vituin à normativa da ALIG! Xa contamos cũa página social.

Esta é a ligazóm: http://vituin.com/  Podedes-vos registrar tamém co Facebook!

Este é o noso perfil: http://vituin.com/users/view/1364


Para o põr na norma ALIG tedes que clicar na opcióm de idioma situada na esquina inferior esquerda da página.

No Vituin, a diferéncia doutras páginas sociaes, temos a opcióm de "ciberdiário" e "temas". Nas que poderemos escrivir e mencionar diferentes novidades que queiramos para que os demais tamém as conozam!

01/05/2013

Existe um galego normal e um galego artificial? (Parte I)


Como xa vos fixariades existe um galego estranho e um galego normal. O galego normal é o que falamos na casa, é dicir, o galego de toda a vida, pero tamém existe um galego estranho, que é o galego da escola, o da televisióm, etc. E por que parece estranho? Realmente o é? Ũa das causas é a substitucióm linguística a prol do castelám.
                Vou-vos contar a minha experiéncia persoal, e a razóm de por que afirmo isto. Tenho 19 anos, e levo quase toda a minha vida pensando que existe um galego normal e um galego artificial, polo menos ainda me dei conta a tempo que se nom morreria pensando iso. A minha visióm do galego era así, o galego normal era o que falavamos no dia a dia com castelanismos, e o galego artificial, o da escola, cheo de palavras que só se viam nos livros. Máis tarde, devido ao meu companheiro e a nosa aficióm polas línguas, fixo que me fixara máis no xeito de falar das minhas avoas, e foi quando me decatei que, elas, que estuveram toda a minha vida ao meu lado e sempre falara com elas, usavam esas palavras que pra mim só formavam parte do galego artificial. Grande foi a minha sorpresa ao escoitá-las dicir ninguém mália o primeiro em pensar eu fora "Bueno, aprenderiam-na coa televisióm". Seguim prestando atencióm, e a seguinte palavra que escoitei foi ficar. E así pasou com máis palavrinhas. Eram demasiadas, palavras que usavam pero que tamém intercambiavam cas formas castelãas pra nom se repetirem demasiado. E o mesmo pasa cas estruturas do galego, podemo-las escoitar dicir "pra o limpar" como "pra limpá-lo", mentres que a forma máis usada pola gente nova (ou a única forma usada) é "pra limpiá-lo" devido à sua semelhanza coa forma castelãa "para limpiarlo". Ainda así, como pode ser posivle que todas estas cousinhas pra os meus oídos pasaram completamente despercibidas se as minhas avoas sempre falarom así?


                Tenho duas avoas, vivo na mesma casa coa minha avoa materna, e a avoa paterna é a minha vecinha. Coa minha avoa paterna aprendim a palavra soidades, que é a palavra patrimonial que temos aquí pra o famoso sentimento de nostálgia chamado morrinha. Nom é recomendavle usar "morrinha" onde vivo eu, xa que esta palavra quere dicir que nom te banhas e/ou sucidade. Tendo ese significado, é ũa alegria pra mim descubrí-la palavra "soidades", como comprenderedes. Vendo o maravilhoso control que as minhas avoas (e tamém outras persoas da família como o meu pai) tenhem sobre o galego, ademais de fixar-me no seu xeito de falar, comezou a hora das preguntas. Coa que máis falo é ca minha avoa materna, xa que vivimos na mesma casa, e ademais, parece gustar-lhe moito que lhe pregunte estas cousas. Com ela aprendim, ou descubrim, melhor dito, diferentes palavras da minha zona como o sistema das feiras (segunda-feira, terceira/terza-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira, sábado e domingo) pra os dias da semana, que os autobuses recibem o nome de ónibus, que as "mejillas" podem-se chamar fazulas, etc. Antes, todo iso seria pra mim galego artificial. Pero que realmente falem así as minhas avoas cámbia totalmente a situacióm, xa que se volve automaticamente galego normal. Pero que eu nom conocera todas estas palavras é devido a duas cousinhas que estám estreitamente ligadas. Transmisióm lingüística familiar influenciada polo castelám devido à forte influéncia do castelám sobre Galícia. Pero aquí nom remata todo porque todas estas palavras que pra mim antes eram galego estranho e artificial resulta que pra outra geracióm de galegos recibe outro nome: galego de velhos. Quando lhe pregunto ao meu pai sobre todas estas palavras, menciona nom usá-las por serem palavras dos velhos. Dicir coitelo e nom "cuchillo", vasoira e nom "escoba", rúvio e nom "rojo", cadeira e nom "silla", ónibus e nom "autobús"... é pra el galego de velhos. Nom é um galego estranho. É galego, galego. Galego natural. Um galego que tantas persoas buscam, está a ser substituído progresivamente polo castelám. 


Parte 2: http://alianza-polo-galego.blogspot.com.es/2013/05/existe-um-galego-normal-e-um-galego_6.html